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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
 

VERA MARIA

 

Vera Maria, cujo nome no registro civil é Vera Lemos de Freitas, nasceu na cidade do Rio de Janeiro, no dia 3 de agosto de 1933, tendo residido sempre em sua cidade natal.

Diplomou-se em Historia e Geografia, com especialização em História e Geografia, com especialização em História, pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade do ex-Distrito Federal. Depois foi professora do Colégio Dom Pedro II.
Escritora teatral, registrada na SBAT desde 1958, possuindo peças para adultos e crianças, além de roteiros cinematográficos.
Publicou, em 1961, seu primeiro livro de versos: "Constelação de Sonhos, com prefácio do escritor Murilo Araújo.
Publicou, em fins de 1976, o livro "Caminho Percorrido", de trovas, sonetos e poemas, como o anterior. E outros livros, à época, inéditos.

 

                                                                      

ANUÁRIO DE POETAS DO BRASIL.  2º. VOLUME.    Organização de Aparício Fernandes    Capa  de Ney Damasceno.  Rio de Janeiro: Folha Carioca Editora Ltda., 1977.  496 p. 

Ex. bibl. Antonio Miranda

 

 

       PERENIDADE 

Sim; muitas vezes juro que te odeio,
ou, pelo menos, não te quero mais,
proclamo que olharia sem receio
esses teus lábios quentes e sensuais.

Meu rosto não transmuda se no meio
da multidão te encontro e é por demais
sereno, parecendo estar alheio,
ante os teus olhos negros, sem iguais.

Mas, se olhassem dentro do meu peito,
veriam que esse amor, foi desfeito
e um dia confessei sinceramente,

perdura, vibra, dentro de mim cresce,
é uma chama que jamais fenece,
embora eu passe a tudo indiferente.



       TRISTE FIM

       Alô! Ao telefone a voz de alguém.
Diz o meu nome, fala docemente;
quer que eu distinga seja a voz de quem,
mas não consigo assim tão de repente.

Esta fala de que, de quem provém?
Será de amigo antigo? De um parente?
Será que, por acaso, é de meu bem,
daquele bem há tempo ausente?

É dele. E — Deus do Céu! — não distingui!
Quantas noites e dias eu vivi
escutando-a a cantar dentro de mim!

Afinal, por não tê-la percebido,
seu dono desligou, aborrecido,
e foi o fim de um sonho; um triste fim!



       OUTONO

Chega-me o outono friorento e mudo.
O luar brinca solto em meus cabelos.
Que me resta de tudo, ou quase tudo
que sonhei e a que dei os meus desvelos?

Minha grande esperança, o forte escudo
que me abrigou pelos caminhos, pelos
intrincados espinhos — tão agudos! —
de uma existência de ilusões e zelos?

Chega-me o outono. Virá breve o inverno
Meus pensamentos já não mais governo:
vêm tristezas, saudades de roldão...

Continuo a pensar e então percebo:
sofri pelo que agora nem concebo,
atormentei-me tanto sem razão!

 

 

                           TROVAS

                No vaivém da minha vida
querendo a quem me deixou,
sou tal qual ave ferida
que o ninho não encontrou>

*

                Minha existência — ironia! —
percentagem discordante!
Dez por cento de alegria,
tristeza só no restante.

*

Coração imprevisível,
deixe de se lamentar!
— Reclama se disponível,
reclama por muito amar.               

                 

 

 

 

*

       

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Página publicada em junho de 2021


 

 

 
 
 
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